Tipos de avaliação para uma educação de qualidade

A avaliação de aprendizagem possui alguns tipos específicos. É comum que, ao ouvir a expressão “avaliação escolar”, as pessoas pensem nas provas escritas tradicionais. Mas há uma grande diferença entre provas (exames) e avaliações.

Por isso, antes de continuarmos, é importante compreender bem quais são as diferenças entre exame e avaliação. Veja a seguir.

Diferenças entre exames e avaliações

Avaliação é uma prática contínua com o intuito de diagnosticar o que ainda não foi aprendido.

Diferenças entre Exame e Avaliação
Fonte: http://horizontes.sbc.org.br/index.php/2021/08/equivocos-sobre-avaliacao/

Segundo Cipriano Luckesi, Exame é uma atividade pontual realizada por meio de provas, com o objetivo de verificar se o aluno possui ou não conhecimento específico em determinados conteúdos. Utiliza-se um exame, por exemplo, para selecionar os aprovados em determinada disciplina, no vestibular ou ainda em um concurso público.

Por outro lado, Avaliação é uma atividade contínua que ocorre ao longo das aulas por meio de diferentes instrumentos (inclusive exames). Seu propósito é investigar e produzir indicativos que auxiliem o professor a decidir como apoiar o aluno no processo de aprendizagem.

Ou seja, a avaliação tem o intuito de diagnosticar o que ainda não foi aprendido. Serve, portanto, para direcionar as ações pedagógicas.

Assim, trataremos nesse post os tipos de avaliação, suas características e quais os instrumentos utilizados na hora de avaliar. Continue a leitura!

Como identificar os tipos de avaliação mais adequados?

A escolha de um determinado tipo de avaliação deve ocorrer com base nos objetivos educacionais e nas competências que se deseja desenvolver. Ao usar uma variedade de métodos, os educadores podem obter uma visão mais holística do progresso dos alunos, identificar lacunas de aprendizado e promover uma educação mais eficaz e inclusiva.

Diante disso, nota-se que, na atualidade, além das avaliações quantitativas, é preciso também fazer análises qualitativas sobre o modelo pedagógico da escola.

Vale ressaltar que tais modelos não se excluem. Ao contrário, devem ser usados como aliados, visto que diferentes métodos permitem um diagnóstico mais assertivo e profundo a respeito da qualidade do processo pedagógico.

Avaliações internas de aprendizagem

As avaliações internas são aquelas aplicadas pelo professor em sala de aula, com o objetivo de se fazer um acompanhamento dos alunos.

Logo, devem seguir um planejamento escolar. Seus resultados servem para guiar o trabalho do docente, permitindo que ele visualize os avanços ou a necessidade de dedicar mais tempo a algum conteúdo específico.

Antes de optar por um determinado modelo, é importante que o professor esteja atento aos critérios listados abaixo:

  • Determinar os seus objetivos com a avaliação;
  • Traçar uma estratégia para a sua execução;
  • Determinar se ela será coletiva ou individual;
  • Determinar se será possível consultar o material ou não;

Com estes aspectos em mente, é possível escolher entre uma avaliação formativa, comparativa, somativa ou diagnóstica, entre outras que serão devidamente explicadas a seguir. Lembre-se, porém, que um processo avaliativo é composto por vários tipos de avaliação.

Os principais tipos de avaliação interna de aprendizagem

Os modelos de avaliação existentes fornecem informações distintas sobre o desempenho dos estudantes. Por isso, é preciso conhecê-los bem para saber quando e qual modelo aplicar, dependendo da etapa do processo educacional atual.

Avaliações diagnósticas: verificando as habilidades dos alunos

As avaliações diagnósticas têm como objetivo identificar as habilidades e conhecimentos prévios dos alunos em relação a um determinado assunto ou tema, e devem ser aplicadas no início de um curso, período escolar ou unidade curricular.

Elas fornecem informações valiosas para os educadores, permitindo adaptar o ensino de acordo com as necessidades individuais dos estudantes. Isso possibilita ter uma compreensão inicial do nível de conhecimento e das lacunas de aprendizado da turma, antes mesmo de iniciar a instrução.

Em síntese, as avaliações diagnósticas fornecem um ponto de partida para a instrução. Portanto, com base nos resultados, os professores podem ajustar as estratégias de ensino, oferecer suporte adicional aos alunos que estão com dificuldades e desafios aos estudantes que já possuem um nível avançado.

Avaliações comparativas: qualificando o ensino

As avaliações comparativas devem ocorrer durante ou após uma aula. Sua aplicação se dá por meio de diferentes métodos como testes rápidos, listas de exercícios, resumos dos conteúdos abordados, atividades para casa, observação do desempenho dos alunos e outros mais.

Esse tipo de avaliação visa refletir sobre o que o estudante aprendeu em aula e o que precisa melhorar. Portanto, seus resultados são essenciais para embasar decisões e possibilitar uma atuação estratégica por parte dos educadores.

Ou seja, é um tipo de avaliação que contribui para uma visão mais abrangente do ensino, fornecendo insights sobre o que está funcionando bem e o que precisa ser aprimorado no decorrer do curso.

Avaliações somativas: determinando o domínio dos conteúdos

As avaliações somativas têm por objetivo fornecer uma medida final e conclusiva do desempenho dos alunos em relação às metas de aprendizagem estabelecidas. Por isso, sua realização costuma ocorrer no final de um período específico como o bimestre, semestre, unidade curricular ou ano letivo.

Essa forma de avaliação busca quantificar o aprendizado em uma determinada área ou disciplina, geralmente por meio de uma média geral. Trata-se de uma prática que envolve a aplicação de provas, sejam elas digitais, orais ou escritas, ou ainda trabalhos que permitam avaliar o conhecimento, as habilidades e as competências adquiridas pelos estudantes ao longo do período de estudo.

Embora seja uma ferramenta importante para avaliar a aprendizagem em um estágio final, é fundamental que os educadores também utilizem outros tipos de avaliação ao longo do processo educacional, a fim de fornecer uma análise mais holística e direcionada do aprendizado.

Avaliações formativas: detectando as dificuldades de aprendizagem

Trata-se de uma modalidade de avaliação contínua e interativa realizada durante todo processo de ensino e aprendizagem. Seu objetivo principal é fornecer feedback imediato aos alunos e aos educadores, a fim de identificar o progresso, as dificuldades e as necessidades de aprendizagem dos estudantes.

Portanto, por ser contínua, sua aplicação ocorre por meio de uma variedade de estratégias, como observação do desempenho em sala de aula, trabalho em grupo, apresentações orais, pesquisas, entre outros.

Dessa maneira, incentiva os estudantes a se envolverem ativamente em seu próprio processo de aprendizagem. Ou seja, é uma avaliação que enfatiza o desenvolvimento das habilidades de autorreflexão e autocorreção.

Em resumo, podemos dizer que a avaliação formativa ajuda o professor a ensinar e o aluno a aprender. Consequentemente, desempenha um papel essencial no processo educacional, promovendo a melhoria do ensino e maximizando o seu potencial de sucesso acadêmico.

Atividades auto avaliativas

As atividades auto avaliativas permitem que os próprios alunos se envolvam na análise e reflexão sobre seu próprio desempenho e progresso de aprendizagem. Nesse tipo de atividade, como o próprio nome diz, os estudantes devem se auto avaliar com base em critérios previamente estabelecidos.

Na prática, são atividades variadas e adaptadas de acordo com a faixa etária e as necessidades dos estudantes. Alguns exemplos incluem:

  1. Preenchimento de questionários ou formulários de auto avaliação, nos quais os alunos podem avaliar seu progresso em relação aos objetivos de aprendizagem estabelecidos.
  2. Elaboração de portfólios ou diários de aprendizagem, nos quais os alunos registram suas reflexões, evidências de aprendizado e estabelecem metas futuras.
  3. Auto avaliação de projetos ou trabalhos realizados, em que os alunos analisam seu próprio desempenho, identificam pontos fortes e áreas que precisam ser aprimoradas.
  4. Discussões em grupo ou pares, em que os alunos compartilham suas percepções sobre o próprio aprendizado e recebem feedback dos colegas.

Assim, as atividades auto avaliativas proporcionam aos estudantes autonomia e responsabilidade em seu próprio processo de aprendizagem. Portanto, essa é uma forma de capacitá-los a assumirem um papel ativo em sua educação e a se tornarem aprendizes autônomos e autoconscientes – habilidades cada vez mais relevantes no mundo atual.

Avaliação ipsativa: comparando os resultados anteriores e atuais

A avaliação ipsativa é uma abordagem de avaliação que se concentra na comparação do desempenho de um indivíduo consigo mesmo ao longo do tempo, em vez de compará-lo com outros indivíduos.

Nesse tipo de avaliação, o foco está no progresso individual, no crescimento e no desenvolvimento pessoal do estudante. Em vez de atribuir notas ou classificações em relação a um padrão externo, a avaliação ipsativa valoriza a evolução do aluno em relação às suas próprias metas e objetivos de aprendizagem.

Essa abordagem promove o autoconhecimento, permitindo que o estudante analise seu próprio crescimento e identifique áreas de melhoria.

Tipos de avaliação: avaliações externas e sua importância

Dentre os tipos de avaliação, além das avaliações internas que vimos até aqui, existem também as externas, aplicadas fora do espaço da escola. Elas também são conhecidas pelo nome de Avaliações Externas de Desempenho ou avaliações em larga escala.

Em geral, são produzidas por instituições vinculadas ao governo, como é o caso da Prova Brasil e ENEM — voltado para o ingresso de jovens do ensino médio na faculdade.

Vale pontuar que embora tais provas tenham um caráter coletivo e, portanto, avaliem o desempenho da instituição como um todo, devem ser percebidas como uma forma de refletir sobre a educação. Ou seja, não são adequadas para avaliar alunos de forma individualizada.

Principais pontos a considerar na avaliação externa

Para conseguir promover transformações nas suas práticas e redirecionar os recursos que forem necessários, a escola deve ter atenção aos indicadores obtidos através desses exames.

Entretanto, as avaliações externas são quantitativas e não qualitativas. O único critério considerado é a nota obtida, sem levar em conta o contexto individual do estudante (lembre-se das diferenças entre exames e avaliações, que abordamos no início desse post).

Isso demonstra que as atuais políticas públicas educacionais estão mais voltadas para um aluno idealizado do que para os estudantes reais. Logo, embora os indicadores obtidos pelas avaliações externas tragam informações pertinentes, eles não levam em conta uma série de fatores importantes como a escolaridade dos pais e a classe social do estudante.

Esses fatores são extraclasse e impactam diretamente no desempenho e realidade do aluno.

Assista ao vídeo a seguir caso queira ver um pouco mais sobre os tipos de avaliação.

Vídeo BNCC: Webinário Internacional – Fronteiras da Avaliação

Considerações finais

A partir dos aspectos levantados ao longo do artigo sobre os tipos de avaliação, fica evidente que o ato de avaliar é fundamental. Porém, é preciso refletir sobre os objetivos de cada avaliação, buscando novos mecanismos na rotina escolar capazes de potencializar os ganhos no processo educacional.

Por fim, é importante frisar que a avaliação deve ser contínua e progressiva. Somente assim o aluno será capaz de construir as suas habilidades ao invés de apenas ter seus esforços medidos por critérios quantitativos.

Escolas, Faculdades e empresas adeptas à educação corporativa precisam, cada vez mais, adotar esse tipo de postura, garantindo aos estudantes um currículo que possa contemplar a sua realidade e que dê mais significado ao ensino como um todo.

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SBC Horizontes
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