A Avaliação da Aprendizagem é fundamental para qualquer processo educacional. De forma resumida, podemos dizer que avaliar é verificar a relação entre objetivos definidos X alcançados. Ou seja, uma boa avaliação deve iniciar no planejamento pedagógico.
No entanto, fazer uma boa avaliação da aprendizagem não é tarefa fácil. É preciso levar em consideração diversos fatores que garantam uma coerência entre os objetivos traçados, o conteúdo abordado e o nível de dificuldade dos alunos.
Neste artigo, você encontrará 3 dicas para fazer uma ótima avaliação da aprendizagem. Vamos começar falando sobre o objetivo da avaliação e como escolher os conteúdos a serem avaliados. Em seguida, daremos algumas dicas sobre como elaborar as questões e como garantir que elas sejam adequadas ao nível de dificuldade dos alunos. Por fim, abordaremos temas sobre como analisar os resultados da avaliação e usá-los para melhorar o processo de ensino e aprendizagem.
Logo, é essencial mensurar o quanto os alunos estão desenvolvendo os seus conhecimentos. E, nesse contexto, a avaliação da aprendizagem entrega para os professores informações muito importantes. São métricas que auxiliam a compreender a jornada dos alunos e como estão absorvendo os conteúdos ensinados.
Acompanhe!
1 – Avaliação da aprendizagem: trace os objetivos
A avaliação faz parte do processo didático de ensino e aprendizagem, por isso não deve ser deixada para etapas finais do processo. Ela deve anteceder, mas acompanhar e suceder o trabalho pedagógico.
Segundo Libâneo, os elementos da didática se resumem em conteúdos das matérias, ação de ensinar e ação de aprender ( 1994,p.98 ) .
ROCHA (2008)
Entenda como avaliar Habilidades e Competências
A principal diferença entre esses dois conceitos é que Habilidade refere-se a algo objetivo e mais específico, enquanto Competência trata-se de algo mais subjetivo, que depende do domínio de duas ou mais habilidades para resolver um problema complexo.
Por exemplo, um professor de Matemática, ao planejar uma aula sobre progressão aritmética (PA), irá abordar a Habilidade “padrões numéricos“. Ou seja, o objetivo é que o aluno tenha domínio sobre essa habilidade. Logo, o planejamento da aula já permitirá ao professor definir questões para uma futura prova objetiva, em que a intenção será avaliar os conhecimentos adquiridos sobre este tema.
Porém, após abordar determinadas Habilidades com os alunos, o professor poderá propor situações-problema para que os alunos busquem soluções por meio das habilidades já adquiridas.
A fim de entender melhor essa questão, vamos continuar com o exemplo do professor de matemática. Após abordar padrões numéricos (PA e PG) e princípios de contagem (conceitos sobre arranjos, combinações, permutações e questões relacionadas à teoria dos conjuntos), ele terá condições de avaliar uma competência que envolva essas duas habilidades.
Dito isto, agora fica fácil compreender que a avaliação de Habilidades é algo que se faz por provas objetivas, com questões elaboradas para esse fim; enquanto as Competências, mais abrangentes e que dependem do domínio de certas habilidades, se faz por meio de projetos ou outros meios que exigem a aplicação do conhecimento para resolver um problema mais complexo.
O vídeo da professora Ludmila explica de maneira bem didática sobre esses dois conceitos. Veja a seguir:
Agora que você já entendeu a diferença entre Habilidades e Competências, vamos em frente. Por onde começar a criar a avaliação?
Defina o contexto da Avaliação da Aprendizagem
É importante compreender o contexto. Isto inclui o nível de educação, a idade dos alunos, o currículo e as metodologias utilizadas na sala de aula. Tudo isso influenciará diretamente nos objetivos a serem definidos.
As diferentes formas de aprendizagem dos alunos também influenciam. Por exemplo, se a maioria aprende melhor por meio do ensino tradicional (exposições orais seguidas por exercícios práticos), a avaliação também deve incluir essa modalidade. Se houver alunos com necessidades especiais, é importante adaptar a avaliação à realidade desses alunos.
Considere o nível escolar
O nível de desempenho esperado é outro fator relevante e precisa ser considerado. Isso significa que os objetivos da avaliação devem ser compatíveis com o nível escolar dos alunos e com as expectativas razoáveis de seu desempenho. Se um aluno está cursando o primeiro ano do ensino médio, não se espera que ele atinja o mesmo nível de desempenho que um aluno do terceiro ano do ensino médio. Da mesma forma, se um aluno tem dificuldades específicas (como deficiência visual), suas expectativas também serão diferentes.
Considere os objetivos educacionais da Avaliação da Aprendizagem
Objetivos educacionais são aqueles que foram estabelecidos para a turma e que devem ser alcançados até o final do ano letivo ou do curso. Eles devem nortear todo o processo de ensino-aprendizagem e, consequentemente, também a avaliação.
Estabeleça critérios claros
Para garantir uma avaliação justa e imparcial dos resultados obtidos, é importante estabelecer critérios claros para cada aspecto a ser medido. Isso inclui decidir quais são os níveis aceitáveis/desejáveis para cada um dos itens avaliados. É o caso do acerto de questões, participação em aula, trabalhos entregues, desempenho em grupo, dentre outros meios avaliativos utilizados para compor a nota final.
2 – Escolha o tipo de avaliação da aprendizagem mais adequado ao propósito
Sendo benéfico tanto para os alunos quanto para o educador, a avaliação da aprendizagem não consiste apenas na aplicação de provas. Consiste também em gerar um diagnóstico sobre o aprendizado em relação ao conteúdo que foi visto em aula.
Assim, torna-se possível a aplicação de métodos que facilitem o desenvolvimento do aprendizado, melhorando o engajamento dos alunos. Entre os tipos de avaliação existentes para mensurar o desempenho, os principais são:
Auto avaliação
É o método em que o próprio aluno se avalia sobre seus desafios e dificuldades para entender uma determinada matéria ou assunto. As informações coletadas podem auxiliar o educador na identificação de pontos fracos e busca de soluções para isso.
Aqui, o tipo utilizado pode ser mais informal, como debates e conversas que façam com que os alunos sejam mais ativos e participativos nas aulas.
Avaliação diagnóstica
O foco está em direcionar as abordagens do professor. É a avaliação realizada no início de um processo educativo para entender o nível de conhecimento prévio dos alunos por meio de exercícios, questionários, entrevistas e debates. É útil para o educador avaliar o embasamento individual e da turma, direcionando assim o planejamento das aulas.
Avaliação Formativa
O foco está no processo. Embora as avaliações formativas sejam consideradas muito próximas das diagnósticas, as duas diferem quanto aos objetivos e aos contextos de aplicação. As atividades formativas também são voltadas para medir o desempenho dos alunos; elas se dão, porém, ao longo do processo de ensino-aprendizagem (não se trata de uma avaliação individual) e deve ocorrer de forma continuada.
Esse tipo de teste serve para detectar o progresso dos estudantes e as suas eventuais dificuldades, de modo que o docente possa direcionar sua prática para a solução destes problemas, tornando a relação entre ele e os estudantes mais construtiva.
Avaliação Somativa
O foco é no aluno (atribuição de nota) e sua aplicação ocorre ao final do bimestre ou semestre. Elas abrangem os conteúdos vistos dentro desse período para verificar o nível de aprendizagem da turma e observar quais habilidades e aprendizados os alunos conseguiram assimilar.
Se quiser conhecer um pouco mais sobre tipos de avaliação, consulte nosso post “Os principais tipos de avaliação interna de aprendizagem“.
3 – Faça uma análise dos resultados
Esta é a etapa onde você deve extrair o máximo de informação relevante para, assim, alinhar o planejamento pedagógico aos objetivos traçados. Veja o que considerar:
- Identifique as áreas em que os alunos tiveram maior dificuldade.
- Compare os resultados com o conteúdo que foi ensinado e mapeie os pontos mais críticos e de performance abaixo do esperado.
- Analise o desempenho individual e da turma para cada item da avaliação e quais foram as questões mais difíceis. Isso ajudará a entender se a questão foi mal elaborada ou se houve um déficit de compreensão por parte dos alunos (o erro foi por compreensão ou por conteúdo?).
- Converse com os alunos para saber o que acharam da avaliação e se houve algum ponto da prova que não entenderam bem.
- Compare o desempenho da prova atual com as anteriores para verificar se houve melhora no aprendizado após as mudanças realizadas no processo de ensino. Considerar apenas o resultado de um momento não é suficiente para entender se o desempenho foi satisfatório.
Dicas de como fazer
Invista na formação dos professores de modo a aplicar métodos de qualidade e eficácia, principalmente em aulas a distância.
Após compreender os principais tipos de avaliação da aprendizagem e qual o nível de importância em suas respectivas aplicações, veja abaixo algumas dicas de implementação:
1 – Capacite-se
Invista na formação dos professores de modo a aplicar métodos de qualidade e eficácia, principalmente em aulas a distância.
Recursos utilizados em classe presencial são muito diferentes dos aplicados virtualmente. Neste último, o perfil dos alunos possui uma tendência mais autônoma, necessitando de um maior engajamento.
É importante que a instituição de ensino forneça aos educadores todo o suporte necessário. É o caso das plataformas de aprendizagem, computadores e também recursos para apresentações. Com uma capacitação adequada, o processo de ensino-aprendizagem acaba sendo muito mais significativo.
2 – Considere todas as etapas ao avaliar
Além da capacitação, é preciso ressaltar que é necessário considerar todo o trajeto educacional dos alunos. Somente assim, o professor poderá determinar com assertividade o seu nível de desempenho.
Empregar avaliações qualitativas permite mensurar de maneira mais completa qual foi o rendimento por aluno. Ao considerar apenas notas, perde-se algumas percepções sobre esse aproveitamento.
3 – Disponibilize um acervo virtual
Seja nas aulas presenciais ou EaD, um acervo virtual à disposição para os alunos e educadores causa uma melhoria no engajamento e desempenho, tornando o acesso à informação de qualidade muito mais fácil.
Os professores podem indicar boas fontes de pesquisa, além de conteúdos extras que servem de complemento para as aulas. Presencialmente, a disposição de uma biblioteca é de grande ajuda para incentivar o estudo e a leitura.
4 – Tenha diversidade nos meios de avaliação
Oferecer diversidade na forma de avaliar é uma maneira justa de realizar um diagnóstico sobre os alunos. É uma prática que auxilia a compreender o desempenho de cada aluno em um determinado meio avaliativo.
Alguns se saem melhor em avaliações objetivas, outros nas discursivas ou ainda em debates. O ideal é diversificar, dando chance para que todos possam vivenciar os distintos meios de aprendizado.
5 – Dê feedbacks
Após avaliar o desempenho dos alunos, o diagnóstico gerado deve ser compartilhado com eles. É preciso, de modo empático, deixar claro os fatores positivos e negativos do resultado alcançado.
Além de prepará-los para o recebimento de críticas construtivas, esse retorno permitirá uma reflexão sobre cada apontamento mencionado nos feedbacks. É importante também, citar as considerações sobre a participação nas aulas e capacidade de trabalhar em equipe, indo além do resultado da nota.
6 – Utilize tecnologias adequadas para aulas a distância
Compreender o nível de desempenho dos alunos quando se leciona a distância pode parecer um desafio, mas existem meios facilitadores que ajudam muito!
A solicitação de trabalhos, relatórios e apresentações sobre os conteúdos debatidos em aula ajudam a mensurar o nível de aproveitamento. Ao mesmo tempo, faz com que o aluno compreenda melhor os assuntos abordados.
É indispensável neste cenário adotar uma plataforma para criação de provas e simulados, que vá muito além de um mero repositório de questões. O ideal é poder gerenciar com facilidade avaliações, turmas, alunos e métricas.
Considerações finais
No meio educativo, para uma boa avaliação da aprendizagem, os educadores precisam considerar não apenas o resultado final, mas todo o trajeto das aulas e o quanto cada aluno se esforçou e procurou aprimorar seus conhecimentos.
O método de auto avaliação deve ser encorajado diversas vezes, já que a sua prática auxilia no engajamento dos alunos ao observarem suas fraquezas e métricas de desempenho. E assim, entenderem de forma incremental e a cada ciclo, a responsabilidade que possuem com o próprio aprendizado.
Mesmo que exista relutância por parte de alguns alunos no início, normalizar a auto avaliação fará com que se acostumem e se tornem mais engajados no processo de aprendizado.
Os educadores devem se preocupar com o planejamento e metodologias utilizadas para as aulas, buscando sempre retirar os alunos da passividade.
Por fim, conte com boas ferramentas para mensurar o desempenho no decorrer das aulas. A tecnologia é a maior aliada para isso. Essa é uma das soluções que a Exametric tem para você, além de facilitar a elaboração de avaliações.
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Fontes consultadas:
ROCHA, Cleide Ribeiro Gonçalves. Avaliação – Processo em Construção. 2008. Projeto (Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE) – UEL – Universidade Estadual de Londrina. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1859-8.pdf
LIBÂNEO, José Carlos.Didática.4 ed. São Paulo, Cortez,1994. Citação feita no artigo científico de ROCHA (2008).
Patrícia é graduada em Psicologia pela UEL, com licenciatura em Pedagogia e especialização em educação bilíngue.